A história da cearense Juliana Magalhães de Lima, de 33 anos, tem chamado atenção após denúncias feitas pelo ex-marido argentino, que a acusa de supostamente sequestrar os dois filhos do casal, de 7 e 9 anos. No entanto, segundo a versão apresentada pela brasileira, sua decisão de deixar a Argentina e retornar ao Brasil foi motivada por uma longa rotina de abusos psicológicos, físicos e sexuais sofridos tanto por ela quanto pelas crianças.
O caso
Juliana viveu por anos em território argentino, onde constituiu família. Porém, de acordo com relatos da própria cearense, a convivência se tornou insustentável devido a episódios constantes de agressões praticadas pelo ex-marido. Ela afirma que, além de sofrer violência psicológica e física, também era vítima de abusos de natureza sexual.
As acusações não parariam nela. Segundo Juliana, os filhos também eram vítimas diretas de maus-tratos e agressões. Diante desse cenário, a mãe tomou a decisão de regressar ao Brasil, buscando segurança e proteção para si e para as crianças.
Acusação de sequestro
O ex-companheiro argentino denunciou o desaparecimento das crianças às autoridades locais, alegando que a mãe retirou os filhos do país sem autorização judicial, configurando, em tese, o crime de sequestro internacional de menores.
O caso pode ganhar repercussão jurídica, já que envolve dois países e pode ser enquadrado na Convenção de Haia sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, tratado do qual tanto Brasil quanto Argentina são signatários.
A versão da mãe
Em sua defesa, Juliana afirma que não fugiu, mas que escapou para salvar a vida dos filhos. Segundo ela, havia uma escalada de violência dentro do lar, e suas tentativas de buscar ajuda em solo argentino não surtiram efeito.
Ao retornar ao Ceará, Juliana procura amparo nas leis brasileiras de proteção à mulher e à criança, com a expectativa de que a Justiça brasileira leve em consideração o histórico de abusos sofridos por ela e pelos filhos.
Possíveis desdobramentos
O caso pode envolver uma disputa judicial complexa entre os dois países. Enquanto o pai argentino reivindica a devolução das crianças, a mãe busca provar a existência de violência doméstica e abuso, o que, se confirmado, pode justificar legalmente sua decisão de retornar ao Brasil.
As autoridades brasileiras podem analisar a situação sob a ótica da proteção dos direitos humanos, especialmente quando há indícios de risco à integridade física e psicológica das vítimas.